Ele tem um formato único que da sua fibra é transformada em vários jeitos e modos, podendo ser usada para a criação de roupas, ração animal, papel e até para coador de café. A sua cor original é branca, mas ao longo do tempo foram criadas outras cores, dentre elas, o marrom e o verde.
Até agosto de 2023, a produção de algodão faturou R$ 30 bilhões, ficando na 5ª posição do ranking das maiores produções agrícolas do país, de acordo com o último levantamento do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), elaborado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) por meio da Secretaria de Políticas Agrícolas (SPA).
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima para a safra de 2022/23 a produção de 7,64 milhões de toneladas de algodão em caroço, equivalente a 3,15 milhões de toneladas de pluma.
Existem diversas maneiras de melhorar o plantio do algodão como, por exemplo, o melhoramento genético da cultura do algodão, que atua no melhoramento da qualidade da fibra, resistência a pragas e doenças e também a temperatura. A Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) trabalha para desenvolver inovações que ajudem o produtor a aumentar a produtividade e de forma sustentável. Uma dessas formas, é a agricultura de precisão, que consiste em acompanhar, coletar e analisar informações por meio de tecnologias que facilitam a tomada de decisão por produtores e trabalhadores, como dosagem ideal de insumos.
A coordenadora de Desenvolvimento de Cadeias Agrícolas, Lara Souza, afirma que na cultura do algodoeiro, a agricultura de precisão auxilia no manejo do tratamento da variabilidade apresentada no campo. “É possível melhorar a eficiência e a rentabilidade da produção agrícola, com enfoque na capacidade do uso dos recursos e produtividade das culturas”, explica ela.
Algodão colorido
O plantio do algodão é feito, principalmente, no nordeste do país, nos estados do Piauí, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe. E como forma de criar novas alternativas para os produtores, a Embrapa implantou cultivares de algodão colorido por meio do cruzamento do algodão branco de alta qualidade de fibra com plantas de fibra naturalmente colorida. Foram produzidas seis cores, em tonalidades que vão de marrom claro até o avermelhado e também verde claro.
Esse tipo de plantio é vantajoso, pois reduz o impacto ambiental do processo têxtil e dispensa a etapa de tingimento e economiza o consumo de água na produção do tecido. O algodão colorido se tornou patrimônio imaterial da Paraíba e já foi usado na criação de roupas para passarelas de moda internacionais.
Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB)
Operalizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e auditorado pelo Ministério, o programa de certificação voluntária dos laboratórios de avaliação de pluma e das usinas de beneficiamento de algodão desempenha a função de certificar o algodão brasileiro.
A certificação iniciou como módulo piloto em 2022 com duas usinas e um laboratório em Goiás. Em 2023, o programa adquiriu abrangência nacional e a expectativa é de que 30%, isto é, aproximadamente 3,7 milhões de fardos de pluma da produção nacional tenham suas características de qualidade atestadas e certificadas oficialmente pelo Mapa.
O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) trabalha em ações fiscais nas ações fiscais nas unidades e no monitoramento contínuo de informações on-line sobre identificação, rastreabilidade, controle e resultados laboratoriais.
O chefe do Serviço Regional de Operações Avançadas de Autocontrole, Monitoramento, Certificação e Rastreabilidade, Cid Rozo, destaca que o programa traz credibilidade quanto às informações das características de qualidade de cada fardo de pluma produzido junto às autoridades aduaneiras dos países importadores e compradores do algodão brasileiro no mercado nacional e internacional, em destaque para a China, que exporta 32% da fibra brasileira.
Rozo ainda afirma que toda a cadeia produtiva do algodão brasileiro, associada à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de manejo da cultura no campo poderão fazer com que o país exporte ainda mais algodão no mercado internacional. E acrescenta que o programa foi criado para “garantir confiabilidade nas informações dos parâmetros de qualidade da fibra exportada, chancelando, via certificação, os resultados aferidos pelos laboratórios de avaliação da qualidade do algodão”.
Exportação e abertura de mercados
Em 2022, o comércio mundial de algodão foi de US$ 23,72 bilhões, sendo a China o maior importador mundial. O Brasil ocupou o segundo lugar nas exportações da fibra, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Em relação à abertura de mercados internacionais, em 2019, o Brasil começou a exportar farelo de algodão para a China; em 2021, sementes de algodão para a Colômbia; e algodão em pluma para o Egito, em janeiro deste ano.
A abertura do mercado do algodão brasileiro para o Egito ocorreu em 2023. A Secretaria de Relações Internacionais (SCRI) estima que o Brasil tem potencial para exportar de 20 a 25% da demanda egípcia, que atualmente é de 110 a 120 mil toneladas/ano.
O adido agrícola em Cairo, Rafael Mohana, destaca que o algodão brasileiro possui grande qualidade e preços competitivos. “O país pode conquistar parte do mercado internacional e as ações de promoção comercial serão fundamentais para que o Brasil possa ocupar o seu espaço também no Egito”
Fonte:
Ministério da Agricultura e Pecuária
Foto: Embrapa